O mundo é maior que eu - II
Eu sempre morri de medo do mundo
E ainda estou vivo
Apesar de tantos defuntos
Apesar de tantos delitos
Tantos secos pastos
Ainda morro de medo do mundo
Quando jovem
Agredia
E morria de medo
De ser agredido
Quando adulto,
Ainda morrendo de medo do mundo,
Enfiava a ponta da faca
No “bucho” do oficial vagabundo
Enfiava a teta da vaca
Na boca daquele
Que me achasse menor
Que de tudo que eu andasse tanto
Hoje,
Ainda morrendo de medo do mundo,
Pareço um herói para mim mesmo,
Enquanto roi dentro de mim
(À esmo)
Essa sensação
De que o mundo parece
Estar morrendo de medo de mim
Enquanto apenas pareço
Alguém sem medo da morte
Sem segredo
Diante da sorte
De ser ou estar
Ou apenas oferecer
Meu coração à própria sorte
De fazer
O que lhe cabe
Enquanto um pássaro canta
Na voz
De algum ser humano
Que sorri
Mesmo quando chora
E, diante de um colibri,
Consegue ouvir a alma sonora
De um condor
Que nunca para
(pelo menos
Enquanto houver aurora).
editora ano 1
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