sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Força e Poder








Força

Misturam-se
Interior e exterior
Harmonizam-se
O Ser
Redemoinho inicial
Fio final

Poder

Tudo caminha
Com tudo
E, se ninguém nos ver,
Também não estaremos
Vendo nada


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Tem uma mesa na Biblioteca Parque Estadual (RJ) esperando por nós.
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(21) 99682-8364 - joaodeabreu9@gmail.com


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Manhãs sem dono


pt.aliexpress.com











Será o amor uma ironia
Do destino
Ou uma missão
De qualquer grande menino
Para consagrar-se
Na mais pura ilusão?

Será o amor uma traição
A si mesmo
Diante do outro
Que lhe conquista como presa
Sem pressa
Consumindo-nos
Como se uma simples praça
Fosse o começo
De todas as ruas?

Será o amor
Uma forma de canção
Daquelas que não saem
De nossa lembrança
Embora o coração
Órgão menor
Cresça diante de tudo
Do cérebro
Dos pulmões
Dos intestinos?

Será o amor
Um privilégio de poucos
Porque precisa
De uma alma
De uma cicatriz no olhar
De uma meretriz
Nas vestes
Diante de qualquer altar?

Será o amor
Tudo isso
E mais alguma coisa
Quem sabe algo
Que ainda não conhecemos
E jamais iremos conhecer
Porque o amor
Nunca é o que parece
E sim o que se reconhece
Entre escombros
Delírios
Tropeços?

Sim,
O amor é tudo isso,
Sim!

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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Desafinando - II


cidmarcus.blogspot.com












Fudido e mal pago
É uma expressão popular
Há décadas no Rio de Janeiro

Fudido e mal pago
É (também) uma expressão
Atual
De quem paga seus impostos
(água, luz...)
E se vê diante de um
Pasto
Onde se come grama
Capim
(bois e vacas)
Ou se pega
Ou se cria
Instrumentos de trabalho
Para se alimentar
E educar
A sua comunidade



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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Desafinando - I


cidmarcus.blogspot.com









Há algum lugar
Seja na rua
Em escolas
Em faculdades
Ou em lugar nenhum
Que não seja você
Seu próprio enredo?!

O grande amor
De tudo que a gente sabe
(sabedoria ou conhecimento?)

O grande amor
É maior que o amor
Que se encontra pelas ruas
Pelas prostitutas (prostitutos)
De seu próprio conceito
De si mesmo
Pelas ofertas de prazer
Imediato
Seja pela Bolsa de Valores (miseráveis)
Seja pela bolsa de otários?
Seja pela bolsa de trabalhadoras
Cujas mães
(mais que patroas)
São de santo,
São de assalto,
São de milagres portugueses,
São do “caralho a quatro”...


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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A fome do mundo – III











Ao mesmo tempo
(Ou no espaço que for)
Posso estar só
Sozinho
Ou solitário
O “só” é biológico
O “sozinho”, gema física
O “solitário”, algema espiritual

A biologia e a física
Nutrem a todos
(ilusão tecnoemocional)
Que transmitem o vírus
Do confronto inútil
Acúmulo desnecessário
Ansiedade inócua

A espiritualidade,
Quando nos falta,
Falta-nos nosso ser
A essência de nossas vidas
Quando mais precisamos
De nós mesmos
Inteiros
Integrais
Íntegros
Não nos encontramos ali
Naquele lugar
Onde Deus tem sempre razão
E a razão humana
Ajoelha-se
Não por pecados
Mas por permitir e
Até explicar
Porque a solidão
Tira os remos de um barco
E deixa o homem
Com medo de horizontes

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domingo, 25 de setembro de 2016

A fome do mundo – II


dino.com.br









A fome
Ser mendigo
Amigo das ruas
Invisível
Um papel amassado
Rolando pelo vento
Nudez social
Um pesadelo a mais
Falso sonho
Para os faraós
Deste tempo sem tréguas

A solidão
A multidão é atraente
Apenas para os distraídos
Nela nos perdemos
E somos assaltados sim
Em nossa identidade
Somos todos
E não somos nós mesmos
Somos tolos
Um número qualquer

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sábado, 24 de setembro de 2016

A fome do mundo - I


envolverde.com.br











Sim,
É muito fácil
Ser o lixo do mundo
Ou se perder no luxo
Dos imundos momentos
Entre a fome
E a solidão

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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Estou varrendo o chão










Deixarei o infinito
Falar por si mesmo

Deixarei a eternidade
Sagrar-se campeã
Pela sua própria idade

Deixarei a vida
Rolar como vida

Deixarei o escuro
Deste céu
Noturno
Ser inspiração

Eu apenas estou
Varrendo o chão
Para não espirrar
À noite

Varrendo o chão
Como quem
Acorda de manhã
Pensando
Que estar vivo

É uma nova possibilidade


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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Fantasia sem teto










Ecoam as folhas
quando os sonhos se espelham
em nossos olhos
de habitantes
novíssimos
com o amor do mundo
ao sabor da Terra.


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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Enquanto Cartola caminha de volta pra casa...









Ah,
Adoro tomar cachaça
Dez horas da manhã
(As balconistas
Do mercado da minha rua
– entre elas –
Me apelidaram
De “Galã de porta de botequim”!)

Melhor do que isso
Só tirar um cochilo
Depois do almoço
Mesmo que eu tenha
Comido só
Arroz com feijão

Ah,
Adoro beijar a lua
Com as cordas
Do meu velho e bom violão
Deixar que as ruas
Sejam o começo
De uma Nova Era
Dentro de mim

Adoro que as estrelas,
Quando percebem
Que eu estou “cercando frango”,
Sorriem para mim
Sem deboche
Mas com um ar
De quem sabe mais do que eu
De onde vem
A sua própria luz
Já que eu,
Embriagado delas,
Esqueça até de mim
(embrião de mim)

Ah,
Adoro a oração
Que caminha pelas calçadas
Esbarra em muros
Sutilmente explode
Os erros da madrugada
E se transforma
Num super herói de natureza
Numa espécie de manto
De pranto
De mantra
De encanto de si mesmo
Por se saber finito
Diante de tanta
Infinitude
Do ser

Meu nome?!
Meu ofício?!
Onde estou agora?!

Sente um pouco
Olhe para si mesmo
E caminhe por dentro...

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terça-feira, 20 de setembro de 2016

OLIMpiadas











Os guardas me olham
Por causa de uma mochila,
Uma bolsa de mercado

Ou será que estão
Com medo da chuva?!

O medo
É o maior fantasma
Da civilização

O medo...



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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Briga de rua










O amor
É como briga de rua
Ninguém sabe
De nada
Nem em quem
Está batendo
Ou de quem está
Apanhando

Sendo cego
O verdadeiro amor
(aquele que mente
Aquele que omite
Aquele que esconde
Aquele que faz sombra)
Mal sabe
quem é o emissor
Ou quem é aquele
que recebe

No verdadeiro amor
sempre dá empate


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domingo, 18 de setembro de 2016

“Pés-pretos” e “Pés-marrons”











No meu tempo
(eu gosto de olhar
Para o tempo
Em parte meu,
Em parte teu,
Em parte de todos nós)...

Mas... no meu tempo
(Embora o tempo
Não obedeça
A pronomes possessivos
Nem o espaço
Seja o lugar
De alguém ao lado
Ou dentro
De nós)

No meu tempo
Havia muitos “pés-pretos”
Do que “pés-marrons”
Na rua da minha memória

Com 18 anos
Servíamos ao Exército
Sendo paraquedistas
(“pés-marrons”)
Sendo soldados da terra

(“pés-pretos”)

Pouco importa
a cor dos "coturnos"
O que importa
é que não havia luta
havia apenas
a simbologia das elites
em nossos pés
deixando-nos bobos
lobos sem carneiros
à espera
de uma III Grande Guerra



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sábado, 17 de setembro de 2016

O bêbado e o vento

rioecultura.com.brt









O bêbado
            E o vento
                        O bêbado
            E o vento
O bêbado
E o vento

A vida perdida
na única ida do vento

A vida sem eira
nem beira
dos dois lados
do bêbado

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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O mundo é maior que eu - II












Eu sempre morri de medo do mundo
E ainda estou vivo
Apesar de tantos defuntos
Apesar de tantos delitos
Tantos secos pastos
Ainda morro de medo do mundo

Quando jovem
Agredia
E morria de medo
De ser agredido

Quando adulto,
Ainda morrendo de medo do mundo,
Enfiava a ponta da faca
No “bucho” do oficial vagabundo
Enfiava a teta da vaca
Na boca daquele
Que me achasse menor
Que de tudo que eu andasse tanto

Hoje,
Ainda morrendo de medo do mundo,
Pareço um herói para mim mesmo,
Enquanto roi dentro de mim
(À esmo)
Essa sensação
De que o mundo parece
Estar morrendo de medo de mim
Enquanto apenas pareço
Alguém sem medo da morte
Sem segredo
Diante da sorte
De ser ou estar
Ou apenas oferecer
Meu coração à própria sorte
De fazer
O que lhe cabe

Enquanto um pássaro canta
Na voz
De algum ser humano
Que sorri
Mesmo quando chora
E, diante de um colibri,
Consegue ouvir a alma sonora
De um condor
Que nunca para
(pelo menos
Enquanto houver aurora).


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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O mundo é maior que eu - I












Eu sempre morri de medo do mundo
Desde criança
As coisas pareciam enormes demais
Tal como hoje, adulto,
As coisas parecem enormes demais

Explicar o quê?!
O leitor espera o que de mim?!

Que pelo menos minhas palavras
Pelo menos minhas palavras
Sejam maior do que eu

E, assim,
Eu descobrir que o mundo
É maior do que eu?!

Então,
Assino embaixo:
O mundo é maior que eu!”


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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Top music - II










Você morre
Fisicamente
E aprende
Tardiamente
(um monte de advérbios
Em cima de você)
Que a sua tristeza
Não pode ser uma música
Apenas a própria música
Te dando abrigo
Para que você seja um sucesso
Para você mesmo
(mesmo numa caverna,
Numa nuvem de chuva
Ou num encruzihada
Desconhecida)

Não deixe sua tristeza
Se tornar um sucesso musical
(O sucesso é uma arma
Invisível
E pendulando em sua cintura
Prestes a atirar
Em seus próprios pés)

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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Top music
(inspirado em CREDENCE CLEARWATER REVIVAL)















Quando a tua tristeza
Se torna um sucesso musical
Ela agrada a todos
E todos te agradam

Mas ela insiste
Em ruminar
Como no pasto a boiada
(que você pensa ser tua)
Insiste em caminhar
Placidamente
Uma suposta tristeza
Própria da “raça”

Quando a tua tristeza
Se torna um sucesso musical
Sabe lá você
Quem vai cantar
Do jeito que você pensou
Quando compôs

Quando a tua tristeza
Se torna um sucesso musical
Há um perigo nisso
Há um amigo oculto
Às vezes de capa preta
Às vezes de culpa branca
Mas há um perigo...

Às vezes com muitas luzes
(artificiais)
Às vezes com monumentos
(artificiais)
Às vezes com muitos amigos
(artificiais)


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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Alter ação – III










Nas mesmas pegadas
Onde meus passos
Sofreram
Ou criaram bens,
Deixo minha impressão
De que o caminho
Já existe há muito tempo,
Eu é que sou novo
E descubro isto
A cada novo caminho

No mesmo sorriso
De cada dia
Que vem ao encontro
Do meu canto,
Abraçam a si mesmos
Todos os braços
Do mundo

Mesmo onde não há braços,
Eu sinto
O calor da nossa Terra


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domingo, 11 de setembro de 2016

Alter ação - II








No mesmo momento
Em que o tempo
Se torna um prazer
Para o espírito,
Enquanto as horas
Vai descendo os rios
Renovando-se sempre,
Eu flutuo

No mesmo lugar
Em que ancoro livre
O meu barco cansado
Porém infindo,
Eu piso

Nas mesmas ondas
Que me elevam
Até as nuvens mais altas,
Como se fosse eu
Uma linha de algodão,
E disso faço
Minha vida em que posso,
Eu bebo

E tudo isso é pouco
se não sou
o que está por vir


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sábado, 10 de setembro de 2016

Alter ação - I

vidabstrata.blogspot.com










Na mesma mesa
Em que cozinho,
Eu como

No mesmo olhar
Em que mergulho
A alma no horizonte,
Eu vejo

Nas mesmas raízes
Em que sozinho
Sou o mundo inteiro
E isso ainda não é tudo,
Eu cresço

Na mesma mão
Em que oro
E acaricio meu rosto
Em um momento
De autocontemplação,
Eu sonho

E tudo isso
é ainda muito pouco
se não houver
outra vida
ainda mais próxima


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