domingo, 31 de julho de 2016

Assim











Assim
O tempo vai passando
E me mostrando
Que, além de mim,
Muitas outras coisas
São, além de tudo,
Também razoáveis
Para serem vistas
Sob os olhos
De quem acha
Que não tem
Ou nada tem
fim

Assim
Você não diz que não
Nem que sim
Nem levanta a saia
Nem mostra os seios
Nem arregala os olhos
Diante de minha algazarra
Fálica

Assim
Assim

editora ano 1
Tem uma mesa na Biblioteca Parque Estadual (RJ) esperando por nós.
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(21) 99682-8364 - joaodeabreu9@gmail.com
(Quase 50 anos em mergulho editorial histórico)



sábado, 30 de julho de 2016

A hora do homem - II
(não tem explicação)













Recuperar-se
Reconstruir-se...
Exige alma branda
Corpo calmo

O homem é o que
Impõe-se
Enquanto espelho

Nem amarelo
Nem vermelho
Nem belo elo
Nem feio fedelho

Apenas
Cruelmente dói
A si mesmo
Como dói
À esmo
O que acha que em si
É o que se dá
Como espantalho
Ou ave que voa
Sem tocar na plantação
Porque sabe de sua vida
Como propriedade
De si mesma



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sexta-feira, 29 de julho de 2016

A hora do homem - I
(não tem explicação)









Ajoelhar-se
É muito fácil

Redimir-se
Melhor ainda

Condenar-se, então,
Quando não há
Nenhuma razão
À vista...

Abaixar-se
Abaixar a cabeça
Curvar-se
Ante a floresta
Mesmo que o deserto
Seja o início ou o fim

O parto da morte
É um ritual
Mas não é ainda
A forma definitiva
De ser



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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Por que os sinos dobram?!











Por que cabelos brancos
Significam coisas
Ou pessoas
Que não podem mais
Viver?

Por que cabelos brancos
Soam como sinos
Enferrujados
E é preciso que sejam
Entulhados
Ao longo do tempo
Como se nunca existissem?


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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Um instante, maestro!










Trago em mim
A vitória
Mesmo que a glória
Fique com os mais importantes
Os mais elegantes
Os mais falsos distintos
Os mais menos ofegantes
Ladrões deste momento
Que deveria ser
Só meu
E, por mais,
De meus amigos

Trago em mim
A vitória
Daqueles que conhecem
O sabor
O saber
O sonho de uma memória
Sendo apenas o futuro
Um rascunho
Da brevidade da História



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terça-feira, 26 de julho de 2016

Hoje









Hoje é um dia
Especial

Não amanheci diferente
Dos outros dias
Mas os outros dias
Ficaram para trás
E levaram magias
E orgias

Hoje, sim,
É um dia especial
Porque olhei para mim
Depois de ver o mundo
Em mim
Durante muitos dias

Hoje
Eu sou o único caminho
O único tempo
Que reserva-se para mim
Porque está aqui e agora
Diante do que
Chamamos “vida”


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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Para o Dia do Escritor











Ninguém escreve
Apenas sobre o que sabe

Mal sabe
Aquele inadvertido
Escritor
Que, pelos seus pensamentos,
Nutrem-se o mar
E o céu

Por entre os seus dedos
Abrem-se células
Vivas
De significado
Rígido

Ninguém escreve
Apenas por que tem talento
Ou o dom
Do invento profundo
De viver
Entre palavras

Escreve-se, sim,
Porque se traz
Entre parágrafos
Linhas inimagináveis
Que se ocultam
De tão claras que são
E se revelam
Simples
De tão difíceis
Ao entendimento
Comum



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domingo, 24 de julho de 2016

Um poema










Um poema
Não é apenas
Os passos
Que vão deixando
Marcas vibrantes
No caminho

(Os passos
Seriam versos
Permeados
Pela vida
Enquanto vivida
Poeticamente)

Um poema
Não caminha por si
Nem os passos
Podem ser os mesmos
De todo dia

Um poema
Exige a atenção
De cada um
De nós

Sem isso,
Será apenas
Mera distração
Interessante

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sábado, 23 de julho de 2016

A luz do tempo









Não se trata
De perdoar ou não
A claridade imposta
Quando nasce
Um novo
Dia

O ser humano
Deve estar ao lado
Do sol

Entre os civilizados
Mortais
As horas contabilizam
O tempo
Que, por sua vez,
Dita as horas

A luz
Sempre que nova
Harmoniza
O que pensamos
Estar vivendo

Humaniza
As coisas que passam

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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Quem não tem colírio...












Por que os óculos escuros
Entendem claramente os olhos
E de quem?

Por que não podemos
Manter os olhos
Assim como quem não quer ver
O que, a nu,
todos veem?

Vá lá entender isso...


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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Canto com sabor de acalanto - IV









Toda forma se contrai
Abre espaço para a expansão
De si mesmo
E de tudo que está
Em meio a caminho
Do mundo

Toda forma se expande
Alcança a vontade
De tudo
Porque tudo sobrevoa
A força dos ventos
Em direção
À calmaria das tempestades
Benvindas

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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Canto com sabor de acalanto - III











O meu silêncio
Não é uma forma de fé
É uma ilusão
Que nos permite
O sol das tempestades
Os conteúdos nus
Dos contrários
A fé impede Deus
De se manifestar
Em nós
Sob nossa própria
Vontade
Assim a dúvida
Orienta-nos aos paraísos
Naquilo que os paraísos
Têm de exigir de nós
Nossas próprias vontades

O meu silêncio
Não é uma forma de escuridão
Não preciso sorrir
Com os dentes trancafiados
Escondendo-se
Atrás de lábios e mãos
Contraídos


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terça-feira, 19 de julho de 2016

Canto com sabor de acalanto - II











A solidão
Tem uma alça
Que enreda vozes
E até canta
Mas ninguém ouve
Ninguém pode ouvir
Porque nem a gente mesmo
Pode ver
O que se fala
Em forma de uma canção

O meu silêncio
Não é uma forma de oração
O mundo sagrado
Pede nossa imperfeição
E roga pela nossa
Aproximação
Aos abismos
Porque abismos
Obrigam
A uma séria reflexão
Sobre o que é algo perfeito
E o que temos de ser
Para sermos assim


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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Canto com sabor de acalanto - I












O meu silêncio
Não é uma forma de solidão
Não é
Nem foi
Nem nunca será
Uma forma de canção
Que ninguém escutará

A solidão
Foge ao nosso alcance
Ela mesma
Cuida de nós
Como nós somos

E, mesmo que cantemos,
Ninguém escutará
Porque nossa voz
Não vem só
Nem sozinha
De um aparelho fonador


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domingo, 17 de julho de 2016

Somos Som Om













Quanto a velha discussão
sobre ritmos melhores ou piores...
a frequência é uma só,
apenas o som varia...

Não saímos do mesmo lugar,
porque estamos todos
no mesmo lugar...



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sábado, 16 de julho de 2016

Eu gosto mais de mim - II










Quando estou perto de você
Eu sei que estou perto
De mim

E que estamos dentro
Do mundo

E que o mundo
Não tem fim

Enquanto estivermos
Entre nós
Como objeto e sujeito
Integrais

Eu sou sua peculiar
Individualidade
E vice-versa


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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Eu gosto mais de mim - I













Quando estou perto de você
A vida flui
Ando pelas ruas
E parece que as ruas
Têm mais vontade de viver

Escuto você falando
E tenho a sensação
De estar dentro de você
E que as palavras
São minhas
Como são dos pássaros
A necessidade de voo

E é assim também
Que gosto de escutar
A vida
Sentindo-me por dentro
Do ar
Do mar
Do amor
Do cantar

Ouço o que a vida
Tem para me dizer
Ao vivo
E, de dentro dela,
Sei que o mundo
Espelha-se mais
Em si mesmo


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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Canção andando por aí - II












A gula
A goela
A água
A mágoa

Qualquer coisa
Que seja mais que
Sentimento perdido

As outras galáxias
Que esperem
Mais um pouco
Porém urge
Que eu ache um boteco
E um banheiro
E tudo
Desça pelos bueiros
Da imundície
De nossas cidades
Tão grandes
Quanto meus olhos
Espantados


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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Canção andando por aí - I












As outras galáxias
Que esperem
Mais um pouco

As outras delícias
Do outro lado
Da esquina
Também

As outras mulheres
Que nunca se casam
Nem se cansam
De serem mulheres
Nas ruas
Nuas

Os outros universos
Paralelos a mim
Ou a qualquer outro

Os outros momentos
Que se guardem
Em qualquer
Caixinha de surpresas

Tudo tem de esperar
que eu consiga
acabar de mijar



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terça-feira, 12 de julho de 2016

Enquanto descasco legumes...
Tempo e eternidade - III











Vamos dar uma chance a ele
Nem sempre é mal
Nem sempre é bom

Ele nos vê
Como ingênuos brinquedos
Que se consideram
Humanos

Ele faz de nós
O que nós queremos
Ou não queremos

Vamos dar uma chance
A quem nos permeia
Entre a tristeza
E a felicidade

Vamos dar uma chance
Ao que chamamos de tempo

Vamos deixá-lo mais livre
Mais convicto
De que não temos medo
Dele
E que as coisas que passam
São apenas coisas
De que ele precisa
Para se alimentar

E que o nosso alimento
Seja ele
Enquanto estivermos
Conscientes
De nossas verdadeiras
Necessidades
Eternas


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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Tempo e eternidade - II















Não se deve deixar que o tempo
Se eternize
Em momentos sem ar

A consciência dos homens
Se alimenta da ilusão do tempo;
A presença de Deus
É a eternidade
Como um tempo
Sem os homens
E sem fronteiras.


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domingo, 10 de julho de 2016

Tempo e eternidade - I













Não deixar que o tempo
Fique mudo
Que o tempo não faça de nós
Apenas um espantalho
Com seus olhos de pano
E pernas atadas
(não ligadas)
Ao chão

Não deixar que o tempo
Em vários mundos
Nos aqueça
Com um fogo de floresta

Como quem senta
À beira de uma estrada
E canta apenas
Com a memória antiga
E não com a voz
Inesperada
Amiga de tudo
Que ainda está por vir
E rejuvenesce
Até mesmo a ferrugem
De punhais


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sábado, 9 de julho de 2016

Persona gens











Tem um moleque dentro de mim
E uma mulher
Sempre ao seu lado

Nenhum dos dois
Nada me deve
E nem me causam
Constrangimento
Convivemos bem

Tenho ainda
Um chato de um adulto
Que sempre nos recrimina
E tenta levar a vida
Para o outro lado
De quem ama

O vento levanta
O que há de melhor
Entre o céu e a terra

Esquenta a vida
Indo e vindo ao sol
De nossos corações

Por fim
E também por reinício
Tenho um poeta
Que me salta aos olhos
Escoa pelos poros

E sempre me aponta
Ao outro lado de mim
Aquele homem
Livre e alado
Passado e futuro
Sempre sendo
Tendo
Calores humanos
Queimando


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sexta-feira, 8 de julho de 2016

A água e o vinho











Tive alguns amigos que se foram sem se despedir, sem dizer adeus ou até logo... Os que não se despediram também não disseram “até nunca mais”, foram apenas mal educados talvez, ou tiveram medo de mim, no sentido de que eu sou tão bem educado que até chego a ser agressivo pelo incômodo de não ser distante ou até mesmo não gostar de deixar alguém sozinho...


Assim estimulamos nossos deuses a acreditarem que nós, humanos, realmente existimos.

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quinta-feira, 7 de julho de 2016

A paixão não mata enquanto não morre











Os espiritualistas têm razão... As paixões nos devoram, como devoram celacantos os altos mares... como os leões devoram suas presas... como os pavões, sua beleza... como os vulcões, a sua destreza... como orações às suas rezas... como os corações às suas surpresas... como as explosões às suas represas...

Podemos continuar sendo o que somos, se soubermos o que é mesmo aquilo que ainda estamos por ser.


E é isso que nos apaixona...

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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Fome aberta











O meu prato
A minha fome,
Em fúria,
Jogou no chão

Ato primeiro
Do horário noturno
Em plena luz do dia

O meu rosto
O espelho reconfigurou
Como as marcas
Nas ruas
Deixadas pelos atropelos
Do dia-a-dia

A minha vontade
De ser
De viver
De crescer
Ama-me
Amamenta-me
Como um sol noturno
Não esquece
A luz das manhãs

Busco assim
Minha pétala maior
Diante das outras
Pétalas maiores
Meu pé na estrada

Ninguém sabe de si
Enquanto não conhece
Suas pétalas maiores
E seu pé quente
Sobre a frieza
Das ruas


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