Por que dizem tanto...
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... que é tão difícil entender a poesia? Ela não pode ser um
pássaro pousado no ar, porque alguém logo diria: “eis um pássaro voando no ar”,
e qualquer frase cujo significado fique em exposição é apenas uma
frase cujo sentido todas as pessoas podem compreender, porque sabem o que é um
pássaro, um voo e o ar.
Mas se eu dissesse: “eis um pássaro pousando no ar”,
isto é poesia porque escrevi uma frase que não existe por si mesma, é uma
metamorfose constante, um metabolismo que exige criação e recriação sempre.
O
ser pássaro exige um espaço (o ar) e uma esforço natural (o voo). O ser poeta
exige apenas que o coração de um ser humano reconheça o que já conhece sob uma
nova forma de conhecimento: a ausência de preceitos.
Sendo assim, a poesia não
existe para ser entendida (até porque ela, por si, não é algo que existe),
e sim para ser “vivenciada” (termo que denota temporalidade, ao contrário de
“vivida”).
É preciso sempre um novo poeta para criar uma nova poesia, mesmo que
este poeta seja sempre o mesmo fisicamente, e a poesia a mesma,
metafisicamente.
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